The Theosophical Society,
Escritas
Teosóficas da Lingua Portuguese
Escritas do C W Leadbeater
Charles
Webster Leadbeater
(1858
– 1934)
Um
Manual de Teosofia
O
que é Teosofia
“Ainda
existe uma escola de filosofia que a cultura moderna perdeu de vista”.
Com estas palavras o Sr. A. P. Sinnett iniciou seu livro The
Occult World (O
Mundo Oculto), a primeira exposição popular da Teosofia,
publicado há trinta
anos (em 1881).
Durante os anos que se passaram desde então, milhares têm
aprendido a
sabedoria nesta escola, mesmo que à maioria das pessoas seus
ensinamentos ainda seja
desconhecidos, e elas possam dar só a mais vaga das
respostas à pergunta
“O que é Teosofia?”.
Já existem dois livros respondendo esta questão: Esoteric
Buddhism (O Buddhismo Esotérico), de A. P. Sinnett, e The Ancient Wisdom (A
Sabedoria Antiga), de A. Besant. Näo pretendo competir com estes
trabalhos modelares; o que desejo é apresentar uma exposição, tão clara e
simples quanto a possa fazer, que possa ser considerada introdutória para eles.
Com freqüência falamos da Teosofia
verdade que subjaz
em todas as religiões igualmente. Assim é; já, de um outro
ponto de vista,
podemos seguramente dizer que ela é a um tempo uma filosofia,
porque nos
apresenta com clareza uma explanação do esquema de evolução tanto das
cuidadosamente ordenado,
uma manifestação de uma vida magnificente, da qual o homem é apenas uma pequena
parte. De qualquer modo, enfoca esta pequena parte que nos
interessa diretamente, e trata dela de modo exaustivo sob três aspectos –
presente, passado e futuro.
Trata do presente descrevendo o que o homem realmente é, visto
por meio das
faculdades
desenvolvidas. Costuma-se falar do homem
A Teosofia tem muito a nos dizer da história passada do homem –
de
observação, por causa
do fato de que existe um registro indelével de tudo o que
acontece – uma
espécie de memória da Natureza – por cujo exame as cenas da
evolução anterior
podem ser feitas passar ante os olhos do investigador
aprendemos que o
homem é divino em sua origem e que tem uma longa evolução atrás de si – uma
evolução dupla, a da vida ou
Aprendemos, também, que a vida do homem
Dos que ainda estão por vir também há muito a ser dito, e neste
assunto,
igualmente, uma
grande quantidade de informação definida é disponível. Tal
informação pode ser
obtida, primeiro, de homens que já passaram muito para
diante do que nós
ao longo da estrada da evolução, e conseqüentemente têm disso uma experiência
direta; e, segundo, de inferências feitas a partir da direção
óbvia dos passos
que percebemos já terem sido dados anteriormente. A meta
deste ciclo particular está à vista, mesmo que ainda muito acima de nós, mas
pareceria que, mesmo quando a tivermos atingido, uma infinitude de progresso
ainda estaria à frente de cada um que estiver querendo empreendê-lo.
Uma das mais extraordinárias vantagens da Teosofia é a de que a
luz que nos traz de uma vez resolve muitos dos nossos problemas, afasta muitas
dificuldades, pondera as aparentes injustiças da vida, e em todas as direções
traz ordem ao aparente caos. Pois enquanto que alguns de seus ensinamentos são
baseados na observação de forças cuja atuação direta está algo além do
conhecimento do homem comum do mundo, se este os aceitar como hipótese muito
cedo chegará a ver que deve estar correta, porque ela, e ela sozinha, fornece
uma explicação coerente e razoável do drama da vida que está sendo representado
diante dele.
A existência
de Homens Perfeitos, e a possibilidade de entrarmos em contato com Eles e sermos
ensinados por Eles, são proeminentes dentre as grandes novas verdades que a
Teosofia traz ao mundo ocidental. Uma outra delas é o estupendo fato de que o
mundo não está mergulhando cegamente na anarquia, mas
que seu progresso está sob o controle de uma Hierarquia perfeitamente
organizada, de modo que o fracasso para mesmo a mais minúscula de suas unidades
é de todas as impossibilidades a mais impossível. Um vislumbre do trabalho
desta Hierarquia inevitavelmente engendra o desejo de cooperar com ele, de
servir nele, por mais humilde que seja a capacidade, e nalguma ocasião num
futuro distante ser digno de juntar-se às mais externas de suas fileiras.
Isto nos leva àquele aspecto da
Teosofia que chamamos de religioso. Aqueles que vêm a conhecer e
entender estas coisas estão insatisfeitos com os morosos éons da evolução; eles
anseiam por se tornar úteis mais imediatamente, e então
procuram e obtêm
conhecimento da Senda mais curta porém mais escarpada. Não há
possibilidade de escapar à quantidade de trabalho que tem de ser feito.
É
Em sua feição religiosa, também, a Teosofia dá aos seus
seguidores uma regra de vida, baseada não em supostas ordenações proferidas num
período remoto do passado, mas no simples bom senso,
Mas se de um certo ponto de vista podemos pensar na Teosofia
ordinariamente chamado de
religião no Ocidente. Primeiro, ela não exige fé de
seus
seguidores, nem mesmo fala de fé no sentido em que este termo é usualmente
empregado. O estudante da ciência oculta ou sabe uma coisa ou suspende seu
julgamento sobre ela; não há espaço neste esquema para a fé cega.
Naturalmente, os iniciantes no estudo ainda não podem saber por
si mesmos, assim eles são solicitados a ler os resultados das várias
observações e lidar com eles como sendo hipóteses prováveis – para serem
aceitas e agirmos em função delas provisoriamente, até o momento em que possam
prová-las por si mesmos.
Segundo, a Teosofia jamais procura
converter qualquer homem de qualquer religião que ele já abrace. Ao
contrário, ela explica sua religião para ele, e o capacita para ver nela
significados mais profundos do que ele jamais conhecera antes. Ela o ensina a entendê-la e vivê-la melhor do que o fazia, e em muitos
casos devolve a ele, em um nível mais inteligente e mais alto, a fé que ele
previamente havia perdido toda.
A Teosofia têm seu aspecto de
ciência também; é verdadeiramente uma ciência da vida, uma ciência da
Assim vemos que a Teosofia combina em si algumas das
características da
filosofia, da
religião e da ciência. Qual, poderia ser perguntado, é seu
evangelho para este
mundo atribulado? Quais são os pontos principais que
sobressaem de suas
investigações? Quais são os grandes fatos que tem para
apresentar à
humanidade?
Eles têm sido bem resumidos em três
pontos principais.
“Há três verdades que são absolutas, e que não podem ser
ignoradas, ainda que
possam permanecer
silentes por falta de voz.
“A
crescimento e
esplendor não têm limites.
“O princípio que concede vida reside em nós e fora de nós, é
imorredouro e
eternamente
beneficente, não é ouvido ou visto ou sentido, mas é percebido pelo homem que
deseja percepção.
“Cada homem é seu legislador absoluto, o dispensador de glória ou
miséria a si
mesmo; o
decretador de sua vida, sua recompensa, sua punição.
“Estas verdades, que são tão grandes quanto a própria vida, são
tão simples
quanto a mente
mais simples do homem”.
Ditas com mais brevidade, e na linguagem
do homem das ruas, isso significa que Deus é bom, que o homem é imortal, e que
assim
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