The Theosophical Society,
Escritas
Teosóficas da Lingua Portuguese
Escritas do C W Leadbeater
Charles
Webster Leadbeater
(1858
– 1934)
Um
Manual de Teosofia
O
Propósito da Vida
desempenhar nele. O
sopro divino atinge sua imersão mais funda na matéria
no
reino mineral,
mas alcança seu ponto extremo de diferenciação não no nível mais baixo de
materialidade, mas na entrada no reino humano no arco ascendente da evolução.
Devemos assim distinguir três estágios no curso desta evolução:
O arco descendente no qual a tendência é para a diferenciação e
também para
maior
materialidade. Neste estágio o espírito está se envolvendo na
matéria, a
fim de que
possa aprender a receber impressões através dela.
A primeira parte do arco ascendente, na
qual a tendência é ainda para maior
diferenciação, mas ao
mesmo tempo para a espiritualização e fuga da
materialidade. Neste
estágio o espírito está aprendendo a dominar a matéria e
a vê-la
A última
parte do arco ascendente, quando a diferenciação finalmente se
completou, e a
tendência é para a unidade bem
Neste estágio o espírito, tendo aprendido perfeitamente
impressões através da
matéria e
despertado seus
poderes latentes, aprende a usar estes poderes corretamente a
serviço da
Deidade.
O objetivo de toda a evolução prévia foi
o de produzir o Ego
manifestação da Mônada.
Então o Ego por sua vez evolui projetando-se para baixo em
uma sucessão de personalidades. Os homens que não entendem isto vêem a personalidade
temporária. O homem
que entende percebe que a única coisa importante é a
vida do Ego, e que seu progresso é o objetivo para o qual a personalidade
temporária deve ser usada. Portanto quando ele tem de decidir entre dois
caminhos possíveis ele não pensa,
Claramente então neste estágio tudo que tende para a unidade,
tudo que tende
para a
espiritualidade, está de acordo com o plano da Deidade para nós, e
portanto é correto
para nós, enquanto que tudo o que tende à separatividade ou
materialidade é com
certeza igualmente errado para nós. Há pensamentos e emoções que tendem à
unidade,
Em todos estes pensamentos e sentimentos
que são claramente errados,
reconhecemos uma nota
dominante, o pensamento egoísta; enquanto que em todos que são claramente
certos reconhecemos que o pensamento é voltado para os outros, e que o eu
pessoal é esquecido. Donde vemos que o egoísmo é o único
grande erro, e que o perfeito altruísmo é a coroa de toda a virtude. Isto nos dá uma de imediato regra de vida. O homem que
deseja cooperar inteligentemente com a Vontade Divina deve deixar de lado todo
o pensamento de vantagem ou prazer para o eu pessoal, e deve devotar-se
exclusivamente ao cumprimento daquela Vontade através do trabalho para o
bem-estar e felicidade dos outros.
Este é um ideal elevado, e difícil de atingir, porque há atrás de
nós uma longa
história de
egoísmo. A maioria de nós está ainda longe da atitude puramente
altruísta; como
trabalharemos para conseguí-la, carecendo como estamos da
necessária
intensidade em tantas das boas qualidades, e possuindo tantas que são indesejáveis?
Aqui entra em operação a grande lei
de causa e efeito a que já me referi. Assim
intencionalmente para
formar exatamente o hábito oposto, estabelecer uma prática de antes de fazer
qualquer coisa pensar
Se um homem se encontra cheio de desconfiança, pronto para
atribuir motivos
perversos para as
ações daqueles à sua
desperdiçada. Isso é de
somenos importância; é muito melhor para ele que algumas vezes seja enganado
Se um homem encontra em si a tendência à avareza, que saia deste
caminho sendo especialmente generoso; se se encontra irritável, que
definitivamente adestre-se na calma; se está devorado
pela curiosidade, que deliberadamente recuse sempre e sempre gratificar tal
curiosidade; se é predisposto à depressão, que com persistência cultive a
jovialidade, mesmo sob as mais adversas circunstâncias.
Todo o caso de existência de uma qualidade má na
personalidade significa a falta da boa qualidade correspondente no Ego. O
caminho mais curto para sobrepujar aquele mal e evitar seu reaparecimento é
preencher a lacuna no Ego, e a boa qualidade que assim for desenvolvida se
mostrará como uma parte integral do caráter do homem através de todas as suas
futuras vidas. Um Ego não pode ser mau, mas pode ser
imperfeito. As qualidades que ele desenvolve não podem ser outras que
não boas qualidades, e quando elas estão bem definidas se apresentam em todas
as suas numerosas personalidades, e assim aquelas personalidades jamais podem
ser culpadas dos vícios opostos àquelas qualidades; mas onde houver uma lacuna
no Ego, onde houver uma qualidade subdesenvolvida, não há nada inerente na personalidade
que obste o crescimento do vício oposto; e se outros no mundo em seu redor já
possuírem este vício, e sendo o homem um animal imitador, é muito provável que
ele prontamente o manifeste em si. Este vício, entretanto, pertence
aos veículos somente e não ao homem interior. Nestes veículos sua repetição
pode ter estabelecido uma tendência [ momentum no
original – N.T.] que
é difícil de
conquistar; mas se o Ego determinar-se em criar em si a virtude
oposta, o vício é
cortado pela raiz, e já não pode perdurar – nem nesta vida nem
em todas as
vidas que hão de vir.
Um homem que estiver tentando desenvolver estas qualidades em si
encontrará
certos obstáculos
em seu caminho – obstáculos que ele deve aprender a
ultrapassar. Um deles
é o espírito crítico desta época – a disposição de
encontrar defeitos a
troco de nada, de menosprezar tudo, de procurar por falhas
em tudo, e em
todos. O exato oposto disso é o que é necessário para o progresso.
Quem desejar mover-se rapidamente na
senda da evolução deve aprender a ver o bem em tudo – ver a Deidade latente em
tudo e em cada um. Só assim ele poderá ajudar as outras
pessoas – só assim ele poderá extrair o melhor de todas as coisas.
Um outro obstáculo é a falta de
perseverança. Tendemos nestes dias a ser
impacientes; se
tentamos qualquer plano esperamos resultados imediatos dele, e
se não os
obtemos, desistimos daquele plano e tentamos algum outro. Este
não é o modo de fazer progressos no ocultismo. O esforço que estamos
fazendo é o de concentrar em uma ou duas vidas a
evolução que normalmente talvez levasse uma centena de vidas. Este não é o tipo
de empreitada na qual resultados imediatos devam ser
esperados. Tentamos extirpar um mau hábito, e achamos isso um
trabalho árduo; por quê? Porque houvemos condescendido naquela prática
por, talvez, vinte mil anos; ninguém pode extirpar um costume de vinte mil anos
em um dia ou dois.
Permitimos que aquele hábito ganhasse enorme energia[
momentum, no original – N.T.] e antes que possamos estabelecer uma força na
direção oposta temos que sobrepujar essa energia. Isto não pode ser feito num
instante, mas é
absolutamente certo que
será conseguido mais tarde, se perseverarmos, porque a energia, por mais forte
que seja, é uma qualidade finita, enquanto que o poder
que podemos
atrair para contrapor-lhe é o poder infinito da vontade humana, que pode
renovar esforços dia após dia, ano após ano, e mesmo vida após vida, se necessário.
Uma outra dificuldade em nosso
caminho é a falta de clareza em nosso pensamento. As pessoas no Ocidente estão pouco acostumadas a pensar claramente
sobre questões religiosas. Tudo é vago e nebuloso.
O processo de construir um caráter é tão científico
músculos. Muitos
homens, encontrando em si certos músculos flácidos e fracos
tomam isso
Neste caso
O motivo é dado pelo conhecimento da verdade. Quem consegue uma
inteligente compreensão da direção da evolução a sente não só
Quem estudar estes assuntos
inteligentemente não pode senão perceber o tremendo poder do pensamento, e a
necessidade de seu eficiente controle. Toda a ação
brota do pensamento, pois mesmo quando é feita, por assim dizer,
sem pensarmos, é a expressão instintiva dos pensamentos, desejos e sentimentos
que o homem permitiu crescerem luxuriantes em si em dias passados.
O homem sábio, portanto, vigiará seu pensamento com o maior
cuidado, pois nele possui um maravilhoso instrumento, por cujo uso correto é responsável. É seu dever
governar seu pensamento, impedindo que corra desenfreado fazendo mal a si mesmo
e aos outros; é seu dever ainda desenvolver o poder de seu pensamento, porque
por seu intermédio uma vasta quantidade de bem ativo e real pode ser feito.
Assim controlando seu pensamento e sua ação, assim eliminando de si todo o mal
e desenvolvendo em si todas as boas qualidades, o homem logo se eleva muito
acima do nível de seus companheiros, e permanece conspicuamente entre eles como
alguém que está trabalhando no lado do bem e contra o mal, no da evolução e contra
a estagnação.
Os membros da grande Hierarquia em cujas mãos está a evolução do mundo estão sempre procurando por homens assim
a fim de que possam treiná-los para ajudar no trabalho maior. Um tal homem inevitavelmente atrairá Sua atenção e Eles começarão
a usá-lo
Mas para uma honra tão grande
Ele deve viver não mais
Quando um homem conseguiu desdobrar suas faculdades latentes o
bastante para atrair a atenção dos Mestres da Sabedoria, um d´Eles
provavelmente o receberá
Estes três estágios marcam sua relação só com seu próprio Mestre,
não com a
Fraternidade como um todo. A
Fraternidade admite um homem em suas fileiras
somente quando ele
primeiro preparou-se para passar pela primeira das grandes
Iniciações.
Esta entrada na Fraternidade d´Aqueles
que governam o mundo pode ser imaginada
reino animal e
obtém um corpo causal. O segundo é o que os Cristãos chamam de “conversão”, e
os Hindus “aquisição de discernimento”, e os Budistas “abertura das portas da
mente”. Este é o ponto em que ele compreende os grandes fatos
da vida, e abandona a busca de objetivos egoístas a fim de mover-se intencionalmente
ao longo da grande corrente de evolução em obediência à Vontade Divina.
O terceiro ponto é o mais importante de todos, pois a
Iniciação que o admite nas fileiras da Fraternidade também o salva da
possibilidade de falhar no propósito divino eventualmente designado para ele.
Por isso os que atingiram este ponto são chamados no
sistema Cristão de “eleitos”, ou “salvos”, e no esquema Budista “aqueles que
entraram na corrente”. Pois aqueles que atingiram este
ponto tornaram-se absolutamente seguros de chegar a um outro ponto ainda além –
o do Adeptado, no qual passarão para um tipo de evolução que é
definitivamente
super-humano.
O homem que se tornou um Adepto cumpriu a Vontade Divina até onde
interessa a esta cadeia de mundos. Ele atingiu, já no
ponto médio do éon evolutivo, o estágio previsto para o atingimento humano só
no fim do éon. Portanto ele é livre para preencher o tempo
restante seja ajudando seus semelhantes ou mesmo em um trabalho mais esplêndido
em conexão com outras e mais elevadas evoluções.
Quem ainda não foi iniciado ainda corre o risco de ser deixado
para trás por
nossa presente
onda evolutiva, caindo na próxima – a “condenação eônica” de que Cristo fala,
que tem sido traduzida erroneamente
Esta primeira Iniciação corresponde à matrícula que admite um
homem numa
universidade, e a
obtenção do Adeptado à colação de grau no final do curso.
Continuando o paralelo, existem três exames intermediários, que
usualmente
chamamos de
segunda, terceira e quarta Iniciações, sendo o Adeptado a quinta.
Uma idéia geral da linha desta evolução superior pode ser obtida
pelo estudo da
lista do que são
chamados nos livros Budistas
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