The Theosophical Society,
Escritas
Teosóficas da Lingua Portuguese
Escritas do C W Leadbeater
Charles
Webster Leadbeater
(1858
– 1934)
Um
Manual de Teosofia
A
Evolução da Vida
Todos os impulsos de vida que eu descrevi
interpenetrantes vieram do
Terceiro Aspecto da Deidade. Daí este Aspecto ser
chamado no esquema
Cristão “o Doador da Vida”, o Espírito que pairava sobre a face das águas do espaço.
Na literatura Teosófica estes impulsos são usualmente tomados
Quando os mundo tiverem sido preparados até este
ponto, e a maioria dos
elementos químicos
já existir, a Segunda Emanação de vida tem lugar, e provêm do Segundo Aspecto
da Deidade. Ela traz consigo o poder de combinação. Em
todos os mundos ela encontra existindo o que poderia ser pensado
A Teosofia reconhece sete reinos, porque considera o homem
A Vida divina se derrama na matéria de
cima para baixo, e seu curso completo
pode ser
imaginado tendo dois estágios – a gradual incorporação de matéria mais e mais
densa, e então o gradual abandono de novo dos veículos que assumiu. O primeiro
nível onde seus veículos podem ser observados cientificamente é o mental – o
quinto contando do mais refinado para o mais grosseiro, o primeiro no qual há
globos separados. No estudo prático é considerado conveniente dividir este mundo mental em duas partes, que chamamos superior e
inferior de acordo com o grau de densidade de sua matéria. O superior consiste
das três subdivisões mais finas de matéria mental; o inferior, das outras quatro.
Quando a Emanação atinge o mundo mental
superior reúne os elementos etéricos de lá, combina-os no que naquele nível
corresponde a substâncias, e destas substâncias constrói formas em que habita.
A este chamamos de o primeiro reino elemental.
Depois de um longo período de evolução, através de diferentes
formas naquele
nível, a onda de
vida, que todo o tempo está pressionando constantemente para
baixo, aprende a
se identificar tanto com aquelas formas, em vez de ocupá-las e
abandoná-las periodicamente,
que torna-se capaz de mantê-las permanentemente e fazê-las partes de si mesma,
de modo que daquele nível pode proceder à
temporária ocupação
de formas em um nível ainda mais baixo. Quando atinge este
estágio a denominamos de segundo reino elemental, cuja vida animante reside nos
níveis mentais superiores, enquanto que os veículos através de que se manifesta
estão nos inferiores.
Após um outro vasto período de duração similar, é visto que a
pressão
descendente provocou a
repetição deste processo; uma vez mais a vida
identificou-se com suas
formas, e fixou residência nos níveis mentais
inferiores, de modo a
ser capaz de animar corpos no mundo astral. Neste estágio nós
a chamamos de terceiro reino elemental.
Falamos de todas estas formas
No curso da evolução mineral a pressão descendente faz com que
ela se identifique do mesmo modo com a matéria etérica do mundo físico, e a
partir daí anima a matéria mais densa dos minerais que são perceptíveis aos
nossos sentidos.
No reino mineral incluímos não só o que usualmente chamamos de minerais,
mas também os líquidos, gases e muitas substâncias
etéricas cuja existência é
desconhecida da ciência
ocidental. Toda a matéria da qual sabemos alguma coisa é matéria
viva, e a vida que contém está sempre evoluindo. Quando atinge o ponto central
do estágio mineral a pressão descendente cessa, e é substituída por uma tendência
ascencional; a exteriorização terá cessado e a
interiorização,
começado.
Quando a evolução mineral estiver
completada, a Vida terá se retirado novamente para o mundo astral, mas levando
consigo todos os resultados obtidos através de suas experiências no físico.
Neste estágio ela anima formas vegetais, e começa a mostrar-se muito mais
claramente
Em cada um destes reinos ela não só
passa um período de tempo que para nossa concepção é quase inacreditavelmente
longo, mas também percorre um curso definido de evolução, começando das
manifestações inferiores daquele reino e terminando com as superiores. No reino
vegetal, por exemplo, a força-vida poderia iniciar sua trajetória ocupando
gramíneas ou musgos e terminar animando magníficas árvores de floresta. No
reino animal poderia começar com os mosquitos ou
animálculos, e encerrar com as mais refinadas espécies de mamíferos.
O processo todo é de constante evolução de formas inferiores para
superiores,
das mais
simples para as mais complexas. Mas o que está
evoluindo não é
prioritariamente a forma,
mas a vida interna. As formas também evoluem e
tornam-se melhores à
medida que o tempo transcorre; mas é para que possam ser veículos apropriados
para ondas de vida mais e mais avançadas. Quando a vida atinge o mais alto
nível possível no reino animal, então pode passar para o
reino humano,
sob condições tais
A Emanação deixa um reino e passa para outro, de modo que se
tivéssemos que
lidar com apenas
uma única onda desta Emanação só poderíamos ter em existência um reino de cada
vez. Mas a Deidade envia uma constante sucessão destas ondas, de modo que a
qualquer momento dado encontramos diversas delas simultaneamente em operação.
Nós próprios representamos uma destas ondas; mas encontramos evoluindo ao nosso
lado uma outra onda que anima o reino animal – uma onda que procedeu da Deidade
um estágio depois do que o fizemos. Encontramos ainda o reino vegetal, que
representa uma terceira onda, e o reino mineral, que representa
uma quarta; e os ocultistas sabem da existência à nossa
Temos aqui, então, um esquema de evolução no qual a Vida divina
se envolve mais e mais profundamente na matéria, a fim
de que através dessa matéria possa
receber vibrações
que doutro modo não a afetariam – impactos externos, que por etapas despertam
nela padrões de ondulação correspondentes aos seus, de modo que ela aprende a
responder-lhes. Mais tarde ali aprende a gerar por si
mesma estes padrões de ondulação, e assim se torna um ser possuidor de poderes
espirituais.
Podemos presumir que quando esta Emanação de vida originalmente saiu
da Deidade, em algum nível além de nosso poder de cognição, talvez tenha sido
homogênea; mas quando primeiramente se torna cognoscível, quando está ela mesma
no mundo intuicional, mas animando corpos feitos de matéria do mundo mental
superior, já não é uma só gigantesca alma-mundial, mas muitas almas. Suponhamos
uma Emanação homogênea, que pode ser considerada
Em qualquer estágio entre estes dois
extremos encontramos uma condição intermédia, a imensa alma-mundial já
subdividida, mas não até o mais
extremo limite
possível de subdivisão.
Cada homem é uma
A uma alma-grupo
Quando ele morre a sua
Uma analogia útil pode ajudar na
compreensão. Imagine a alma-grupo sendo
representada pela água
dentro de um balde, e a centena de corpos de leões por
cem copos.
Quando cada copo é mergulhado no balde retira uma medida de água (a
Agora coloque-se em cada um dos cem
copos alguma espécie de corante ou alguma espécie de aromatizante. Isto
representaria as qualidades desenvolvidas pelas suas experiências na
Podemos tirar outro copo de água daquele balde, mas jamais
poderemos obter a
mesmíssima água
depois de ela ter-se misturado com o resto. Cada copo de água retirado daquele
balde no futuro conterá alguns traços do corante ou
aromatizante posto em
cada copo cujo conteúdo tiver retornado ao balde.
Assim as qualidades desenvolvidas pela experiência de um único
leão se tornarão propriedade comum de todos os leões que futuramente nascerem
daquela alma-grupo, ainda que em grau menor do que existiam naquele leão
individual que as desenvolveu.
Esta é a explicação para os instintos herdados; este é o porquê de um patinho
chocado por uma galinha correr instantaneamente para a água sem
precisar que lhe mostrem como nadar; o porquê de um pinto esconder-se à visão
da sombra de uma águia mal sai do ovo; o porquê de um pássaro que foi artificialmente
criado, e jamais viu um ninho, não obstante saber como fazer um, e o faz de
acordo com as tradições de sua espécie.
Mais abaixo na escala da vida animal
enormes números de corpos são associados a uma única alma-grupo – incontáveis
milhões, por exemplo, no caso de alguns dos insetos menores; mas à medida que
subimos no reino animal o número de corpos associados a uma só alma-grupo se
torna cada vez menor, e portanto as diferenças entre os indivíduos se tornam
maiores.
Assim as almas-grupo gradualmente
se fragmentam. Retornando ao símbolo do balde, à medida que copo após copo
d´água é retirado dele, colorido com algum tipo de substância corante e a ele devolvido, toda a água do balde gradualmente se torna mais
rica em cor. Suponha que por estágios imperceptíveis algum tipo de película vertical
se forme através do centro do balde, e gradualmente se solidifique numa divisão,
de modo que agora tenhamos uma metade direita e uma esquerda no balde, e cada
copo de água que fosse retirado fosse devolvido sempre para a mesma metade de
onde foi retirado.
Então logo uma diferença se estabelecerá, e o líquido em uma das
metades do
balde já não
será o mesmo da outra metade. Teríamos então praticamente dois
baldes, e quando
este estágio é atingido numa alma-grupo ela se divide em duas,
como uma célula
se separa por fissão. Desta forma, à medida que a
experiência se enriquece sempre mais, as almas-grupo se tornam menores mas mais
numerosas, até que no ponto mais alto chegamos ao homem com sua
Uma das ondas de vida está vivificando todo um reino; mas nem
todas as
almas-grupo naquela
onda de vida passarão por todo aquele reino desde baixo até em cima. Se no
reino vegetal uma certa alma-grupo tiver animado árvores
florestais, quando
passar para o reino animal omitirá todos os estágios
inferiores – isto é,
jamais habitará insetos ou répteis, mas começará logo no
nível dos
mamíferos inferiores. Os insetos e répteis serão vivificados por
almas-grupo que por
algumas razões deixaram o reino vegetal num nível muito mais baixo do que a
árvore de floresta. Da mesma maneira a alma-grupo que
tiver atingido os níveis mais altos do reino animal, não se individualizará em
selvagens primitivos
mas em homens de um tipo algo superior, os selvagens
primitivos sendo
recrutados de almas-grupo que deixaram o reino animal em um
nível inferior.
Almas-grupo em qualquer nível ou em todos os níveis se distribuem
em sete
grandes tipos, de
acordo com o Ministro da Deidade através de cuja vida
emanaram. Estes tipos são claramente distinguíveis em todos os reinos,
e as
sucessivas formas
assumidas por cada um deles constituem séries interligadas, de
modo que animais, vegetais, e as variedades das criaturas
elementais podem ser arranjadas todas dentro de sete grandes linhas, e a vida
percorrendo uma destas linhas não se desviará para nenhuma das outras.
Nenhuma classificação detalhada já foi feita sobre os animais,
plantas ou
minerais a partir
deste ponto de vista; mas é certo que a vida que é encontrada
animando um mineral
de um tipo especial jamais vivificará qualquer outro tipo
além do seu
mesmo, ainda que dentro daquele tipo possa variar. Quando
passa para os reinos vegetal e animal habitará vegetais e animais daquele tipo
e de nenhum outro, e quando eventualmente atingir a humanidade se
individualizará em homens daquele tipo e de nenhum outro.
O método de individualização é a elevação da alma
de um animal particular a um
nível muito mais
alto do que o atingido por sua alma-grupo, de modo que já não
pode mais
voltar a ela. Isso não pode ser feito com qualquer animal, mas só com aqueles
cujo cérebro estiver desenvolvido até certo nível, e o método usualmente adotado
para adquirir tal desenvolvimento mental é trazer o
animal a um contato estreito com o homem. A
individualização, portanto, é possível somente para animais domésticos, e mesmo
assim só para certos tipos deles. À testa de cada um dos sete tipos fica uma espécie de animal doméstico – o cachorro em um, o
gato em outro, o elefante num terceiro, o macaco num quarto, e assim por
diante. Os animais selvagens podem todos ser distribuídos em sete linhas que
conduzem aos animais domésticos; por exemplo, a raposa e o lobo obviamente
estão na mesma linha do cachorro, enquanto o leão, o tigre e o leopardo
igualmente óbvio conduzem ao gato doméstico; de modo que a alma-grupo animando
a centena de leões mencionados antes poderia em um estágio posterior de
evolução ser dividida em, digamos, cinco almas-grupo, cada qual animando vinte
gatos.
A onda de vida fica um longo período em
cada reino; estamos agora recém passando da metade de um destes éons, e
conseqüentemente as condições não são favoráveis para aquisição daquela
individualização que normalmente ocorre só no final de um período. Raros casos
de tal aquisição podem ocasionalmente ser observados
em alguns animais muito mais avançados que a média. A associação íntima com o
homem é necessária para produzir este resultado. Se o animal é bondosamente tratado desenvolve devotada afeição por
seu amigo humano, e também desenvolve seus poderes intelectuais ao tentar
entender aquele amigo e antecipar seus desejos.
Somando-se a isto, as emoções e os pensamentos do homem
constantemente agem sobre os do animal, e tendem a elevá-lo a um nível mais
alto tanto
emocionalmente como
intelectualmente. Sob condições favoráveis este
desenvolvimento pode ir
tão longe a ponto de elevar tanto o animal que o põe
fora de contato
com o grupo a que pertence, de modo que seu fragmento de uma alma-grupo se
torna capaz de responder à Emanação que provém do Primeiro Aspecto da Deidade.
Pois esta Emanação final não é
milhares ou milhões
simultaneamente; vem para cada um individualmente assim que ele estiver pronto
para recebê-la. Esta Emanação já terá descido até o mundo intuicional; mas não
procede para além disso até que este ímpeto ascendente seja feito pela alma do
animal de baixo para cima; mas quando isso acontece esta Terceira Emanação
desce para encontrá-lo, e no mundo mental superior é formado um Ego, uma
individualidade permanente – permanente, ou seja, até que, muito mais adiante
em sua evolução, o homem a transcenda e retorne à divina unidade de onde veio.
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